quinta-feira, 30 de abril de 2009

Para uma amiga

Toda vez que seu coração se punha a coçar, a menina ficava a perguntar: se era o bichinho do amor que, mais uma vez, se alojava nalgum cantinho, procurando emoção; ou se era a velha alergia à solidão que provocava prurido naquele coração? Mas, esse tipo de coisa ela conhecia tanto, que já tinha mais de uma solução: dar muitas risadas, porque sempre ouvia dizer que rir é ainda o melhor remédio; ou dançar bastante, até o ritmo roçar suas unhas compridas, mandando pra lá todo aquele tédio. E, enquanto escolhia o destino que daria a sua coceirinha, as batidas que também pulsavam diferente nesta ocasião entravam na maior agitação, transformando seu calmo e conhecido tum-tum no maior baticum. Hum, hum! Pensava a menina, não conseguindo se decidir e eleger uma opção. Por isso, seguia vivendo com a mesma coceirinha de amor; ou seria de solidão? Talvez, nem quisesse saber o que causava aquela comichão, porque, sabendo, ia perder a graça a sua grande questão. Fato é que até hoje a menina coça seu coração sem saber ao certo a verdadeira razão.

terça-feira, 21 de abril de 2009


Letras em transe III:

O F da fala não trocava por nada uma boa conversa fiada.
O F da faca só queria saber de conversa se fosse bem afiada.
Já o F da flauta tocava suavemente a sua conversa afinada e, de fininho, ficava fingindo não ver o F de filho levar, com seu padrinho, uma conversa afilhada. Aff!

sábado, 18 de abril de 2009




Lúdica lógica:
Desesperar. Desistir de esperar

segunda-feira, 13 de abril de 2009





Nem sempre é pra sempre. Mas, o amor sempre esquece isso.



Onomapatopadas:

Depois de alguns muuuuuuuus pra cá e outros mooooooos pra lá, ouviu-se um longo zzzzzzzzzzzzz. Afinal, era uma conversa pra boi dormir.

sábado, 11 de abril de 2009





Nos feriados santos os pecados tiram folga.

quarta-feira, 8 de abril de 2009





Maturidade: aos 23, achava que o mundo era seu. Aos 46, descobriu, a duras penas, que era do mundo.




Saiu para respirar os ares da liberdade. Mas acabou voltando, não aguentou o cheiro.

quarta-feira, 1 de abril de 2009




Mentia tanto que mentiu que era primeiro de abril.




Letras em transe II:

Era uma vez um A que adorava carnaval e foi detido como um A saltante. Ficou com tanto medo que virou um A sustado.