quinta-feira, 14 de maio de 2009

O amor-daçou nos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Você tem cara de que?

Cara de Madalena arrependida; cara de tacho; cara limpa; cara cheia, pros mais etílicos, e a mais famigerada de todas elas: a cara de pau.
Acho que desde que o homem é homem, e só pras feministas não queimarem nenhum sutiã, desde que a mulher é mulher, as pessoas têm a cara do que fazem, do que pensam e do que acreditam. Deve ser por isso que dizem que, depois dos quarenta todo homem é responsável pela cara que tem. Calma, feministas! Homem aqui representa a raça humana. Onde estávamos mesmo? Sim, no depois dos quarenta... Mas, eu diria que, já na casa dos trinta, a gente começa a perceber que nossa a história vai ficando definitivamente carimbada na nossa aparência. Nossas rugas que não nos deixem mentir.
Genética à parte, a nossa cara é um reflexo, uma tradução fiel dos nossos amores e dissabores. Quem nunca notou semelhança entre dono e cachorro? Quem nunca percebeu que a maioria dos escritores tem barba e usa óculos? Sem radicalismos, mas é praticamente impossível encontrar uma patricinha nariguda. Um dia, até pode ter sido, mas, com certeza, fez plástica.
Algumas caras demonstram a profissão ou certo tipo de comportamento; políticos, por exemplo, têm cara de quem atira a pedra e esconde a mão. Gente antipática, de quem comeu e não gostou. Outras, já indicam posição social, como a mãe de um amigo que tem cara de novela das oito, e do Gilberto Braga ainda por cima. Minha mãe costumava identificar uma muito engraçada: cara de peido enlatado tipo exportação londrina. Essa dispensa comentários.
No entanto, dia desses li um artigo em uma revista de consultório, aliás, um dos poucos lugares que consigo ler uma revista. Ainda não sei se é por que a gente fica esperando pra cacete ou se é porque nem a família, nem o chefe não estão por perto. O artigo dizia exatamente o contrário: que o formato da cara é que determina a personalidade do sujeito e da sujeita também, feministas. E lá dizia que são vários os formatos: quadrado, triangular, oval, redondo. Fiquei imaginando como seria uma pessoa com formato octogonal. Seria um caso de múltipla personalidade?
E agora, José? Perdão, feministas. E agora, Maria? O que a gente é define a nossa cara ou é a nossa cara que define o que a gente é? Cara ou coroa? Seja o que for, é inegável que a nossa cara é um cartão de visitas. Vai despenteado (a) numa entrevista de emprego. Vai dizer muito prazer sem sorrir. Vai dizer eu te amo fazendo careta. Vai passar carão! E nem tente livrar a cara, porque ela vai te entregar. Pois, além da idade, nossa cara revela outras verdades.
Bem... Seja o que for tá na cara que esse ensaio já deveria ter acabado uns três parágrafos atrás. Mas, antes que você feche a cara, vou terminá-lo assim: com a cara e a coragem. Afinal, não quero dar a minha cara a tapa.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Paixão amiga

Era uma vez um caroço que não era de manga, não era de abacate. Não era de uva, muito menos de melancia. Graças a Deus, também não era de pequi. Mas era um caroço que sempre dava bons frutos, ternura, simpatia, por exemplo. Frutas doces imunes a pragas e que, na maioria das vezes, já nascem no ponto de saboreá-las. Por isso, esse caroço é bom de plantar no coração. Eu plantei. E o final dessa história, que não termina aqui, é que colhi um grande amigo.

segunda-feira, 4 de maio de 2009




Lúdica lógica:
Descrever. Apagar um texto.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Para uma amiga

Toda vez que seu coração se punha a coçar, a menina ficava a perguntar: se era o bichinho do amor que, mais uma vez, se alojava nalgum cantinho, procurando emoção; ou se era a velha alergia à solidão que provocava prurido naquele coração? Mas, esse tipo de coisa ela conhecia tanto, que já tinha mais de uma solução: dar muitas risadas, porque sempre ouvia dizer que rir é ainda o melhor remédio; ou dançar bastante, até o ritmo roçar suas unhas compridas, mandando pra lá todo aquele tédio. E, enquanto escolhia o destino que daria a sua coceirinha, as batidas que também pulsavam diferente nesta ocasião entravam na maior agitação, transformando seu calmo e conhecido tum-tum no maior baticum. Hum, hum! Pensava a menina, não conseguindo se decidir e eleger uma opção. Por isso, seguia vivendo com a mesma coceirinha de amor; ou seria de solidão? Talvez, nem quisesse saber o que causava aquela comichão, porque, sabendo, ia perder a graça a sua grande questão. Fato é que até hoje a menina coça seu coração sem saber ao certo a verdadeira razão.

terça-feira, 21 de abril de 2009


Letras em transe III:

O F da fala não trocava por nada uma boa conversa fiada.
O F da faca só queria saber de conversa se fosse bem afiada.
Já o F da flauta tocava suavemente a sua conversa afinada e, de fininho, ficava fingindo não ver o F de filho levar, com seu padrinho, uma conversa afilhada. Aff!

sábado, 18 de abril de 2009




Lúdica lógica:
Desesperar. Desistir de esperar